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sexta-feira, 25 de maio de 2012

DALUIS

          

                       



  
                 A História tem fundamental importância na construção da memória de um município, cumpre funções de resgatar o passado e assegurar que no futuro alguém se espelhe nelas para crescerem como seres devidamente humanos. Considero a história como ponto fundamental para que se possa compreender a natureza dos acontecimentos e a contribuição deles para a cultura e civilização do município, principalmente estas que podemos tomar conhecimento por estarem tão próximas de nós.
              Hoje, marcando o mês de maio em 2012 , celebrando a abolição dos escravos e sob a inspiração de  Passos Maia, a história que vou contar resgata um pouco as origens de nossos ancestrais. É o causo do “Daluis”.
João Luiz Jaques , o "Daluis". Negro robusto filho de legítimos escravos, com sua história trágica, da qual um certo dia, lá pelas bandas de Nepomuceno, Minas Gerais, foi encontrado numa mata, já com seus dez anos aproximadamente, uma aparência bem primitiva, com cabelos afros por cortar, sem contato com humanos, fazendeiros da região laçou-o, tomando-o por escravo.
Mesmo com um comportamento bastante arredio, os fazendeiros o negociaram com os Baldonis em troca de uma égua, naquela época este tipo de negócio era chamado de catira, termo ainda muito usado e praticado por aqui.
             Carinhosos, os Baldonis fizeram de "Daluis" um verdadeiro homem, fiel à família, ajudou a criar dez filhos da prole.
     Quando em leito de morte Dona Geralda, matriarca respeitadíssima entre os Baldonis e esposa do Sr. Tulio Baldoni, quis com muito respeito preservar a presença de Daluis entre os Baldonis, pediu que cada um dos dez filhos se revezasse para cuidar dele.
          Assim fizeram e hoje “Daluis” encontra-se ainda entre os Baldonis. Com seus quase cem anos aproximadamente e confirmados por exames médicos realizados recentemente. Muito alegre, não formou família própia devido a fidelidade e cumplicidade que devera à família dos Baldonis, não se importando mesmo com o deslocar de um lugar para o outro de tempo em tempo.
         “Daluis” é prova viva dos tempos de escravidão que contribui enriquecendo ainda mais a história deste lugar reconhecido como Guapé.  
                 
( Colaboração da Professora Nilda Baldoni )