AGOSTINHA FLOR DE MARIA - Nascida em 06 de março do ano
de 1848 em Ouro Preto-MG., faleceu em 06 de junho de 1901. Filha de Fulgêncio Moreira Maia (Seu pai
natural de Diamantina-MG,cursou o Seminário de Mariana fazendo ali o curso do
"Seminário Maior", este, libertou todos os escravos antes da abolição
e educou todos os seus filhos.) e de
dona Leopoldina Carolina da Silveira, (Ela era descendente dos
"TAVORAS" asilaram em Ouro
Preto com nome suposto para evitar perseguição do Marquez de Pompal. - Sobre Os
"TAVORAS" http://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/31134.html
) cresceu na cidade e veio casar-se com o Sr. João
Climaco Fulgino dos Passos Junior -(Tinha um apelido: João Boticário) - passando suas núpcias na antiga Dôres da Boa
Esperança. Após seu casamento com João Climaco, instalaram-se na fazenda
Córrego do Campo de posse do Padre Domiciano Antônio Machado, este
posteriormente tornou-se padrinho de um dos seus filhos o Domiciano Augusto
dos Passos Maia.Nesta passagem por lá, o Padre Domiciano deu-lhes um abono
e eles vieram estabelecer no Distrito de São Francisco do Aguapé,em 1864,
atuando em negócio de fazenda seca e comércio de boi gordo. Com muito tino
comercial e de admirar, diligente, logo fizeram fortuna. Tiveram então, seus 10
filhos.
Agostinha, foi a primeira professora que
iniciou a educação de nossas moças. Ela, que dominava dois idiomas o francês e
o português,teve contudo, de ir para São João Del Rei fazer exames de
habilitação para ser professora primária. Durante muitos anos, ela exerceu com
tamanha dedicação e eficiência esse magistério, que as moças que aprenderam com
ela pareciam ter requintado colégio superior e até hoje são mães de família
modelares, hábeis costureiras e exímias floristas. Por este trabalho,Agostinha
jamais deixou-se se sentir desmotivada,embora penosa,tinha que caminhar
diariamente quase um quilômetro de terra para educar estas moças e ainda zelava
pelos seus filhos menores e atendia às obrigações de velar pelas refeições, a
tempo e hora, dos camaradas de roça terreiro de sua fazenda. Foi a mulher forte
de que fala o Evangelho. Plasmou as nossas atuais matronas, que são o orgulho
de nossa gente por suas grandes virtudes e alta moralidade. Era tão boa, de uma
bondade tão irradiante, que, mesmo com seus enormes afazeres,nunca houve uma
dor que ela não mitigasse, uma mágoa que ela não consolasse,um erro para que
ela não aconselhasse o corretivo. O nosso arraial era um recanto do paraíso,
onde todos viviam em paz e harmonia. Ela tinha todas as virtudes de Cornelia e
daria Grachos a Roma, se lá tivesse nascido. Como essa mãe de Florência seria
capaz de afugentar com um grito o leão que lhe quisesse arrebatar um filho! Por
ocasião da revolta de Canudos, Agostinha escreveu ao seu filho Domiciano a
seguinte frase " Se fosse dado às mães o privilégio de declarar as
guerras, jamais se daria um choque entre as nações!" Depois de sua
morte,que se deu em 06 de junho de 1901,nosso arraial entrou em colapso
e por muitos anos, Domiciano deixou escrito em suas reminiscências que: "Havia
primavera, havia verão; ocasos magníficos douravam o nosso poente e a aurora
continuou a abrir, na expressão de Homero, as portas do levante com seus dedos
róseos;mas a alegria não voltou mais à nossa aldeia, e as festas que, antes,
atraiam tanta gente, perderam a influência e o marasmo e a agonia entibiaram
todos os corações, e a tal ponto, que quando voltei para aqui, depois de quinze
anos de ausência, encontrei uma ruína em nosso povoado, que fora tão
florescente e prazenteiro, enquanto ela vivera, animando e alegrando nosso
povo, que a adorava e que até hoje vão em romaria depositar flores em seu
túmulo...". Guapé, ainda arraial, consta no "Guapé para Sempre",
do Grupo Pró-Guapé, que teve como mestra Dona Agostinha Flor de Maria. Em 8 de
abril de 1937 foi criado o Grupo de Guapé, mas suas instalações só começaram a
funcionar no ano de 1945. Na época, sob a Direção de Leopoldina Maia, as salas
de aulas foram regidas pelas professoras: D. Tita Pádua, Helena Santos, Elza
Pádua, Doralçice Jorge, Ana Avelar, Maria Aparecida Amaral, Luzia Ramos Amaral,Terezinha
Maia Arantes Leonel, Augusta Costa, Anita Vieira, Belica Ramos, Zélia Prado e
Suavita Passos Coelho. Anos mais tarde, o Grupo Escolar do pequeno lugar
denominado Aguapé recebeu o nome de "Escola Estadual D'Agostinha Flor de
Maria" e mantêm-se até os dias atuais, localizando-se à R. Bento Dutra, S/N
- a atender um número
aproximado de 300 crianças dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Homenagem
esta que reconhecidamente mostrou-nos ser uma mulher guerreira,zelosa, e acima
de tudo humana.
(Pesquisa realizada por GILSÉA OLIVEIRA SILVA DE ASSIS - Professora - EM 15 DE NOVEMBRO DE 2013. Fontes da pesquisa: "REMINISCÊNCIAS DE PASSOS MAIA", "Guapé para Sempre"e www.geni.com.)
(Pesquisa realizada por GILSÉA OLIVEIRA SILVA DE ASSIS - Professora - EM 15 DE NOVEMBRO DE 2013. Fontes da pesquisa: "REMINISCÊNCIAS DE PASSOS MAIA", "Guapé para Sempre"e www.geni.com.)