A História tem
fundamental importância na construção da memória de um município, cumpre
funções de resgatar o passado e assegurar que no futuro alguém se espelhe nelas
para crescerem como seres devidamente humanos. Considero a história como ponto
fundamental para que se possa compreender a natureza dos acontecimentos e a
contribuição deles para a cultura e civilização do município, principalmente estas que podemos tomar conhecimento por estarem tão próximas de nós.
Hoje, marcando o mês
de maio em 2012 , celebrando a abolição dos escravos e sob a inspiração de Passos Maia, a história que vou contar resgata
um pouco as origens de nossos ancestrais. É o causo do “Daluis”.
João Luiz Jaques , o "Daluis".
Negro robusto filho de legítimos escravos, com sua história trágica, da qual um
certo dia, lá pelas bandas de Nepomuceno, Minas Gerais, foi encontrado numa
mata, já com seus dez anos aproximadamente, uma aparência bem primitiva, com cabelos
afros por cortar, sem contato com humanos, fazendeiros da região laçou-o,
tomando-o por escravo.
Mesmo com um comportamento
bastante arredio, os fazendeiros o negociaram com os Baldonis em troca de uma
égua, naquela época este tipo de negócio era chamado de catira, termo ainda
muito usado e praticado por aqui.
Carinhosos, os Baldonis fizeram de "Daluis" um
verdadeiro homem, fiel à família, ajudou a criar dez filhos da prole.
Quando em leito de
morte Dona Geralda, matriarca respeitadíssima entre os Baldonis e esposa do Sr.
Tulio Baldoni, quis com muito respeito preservar a presença de Daluis entre os
Baldonis, pediu que cada um dos dez filhos se revezasse para cuidar dele.
Assim fizeram e hoje
“Daluis” encontra-se ainda entre os Baldonis. Com seus quase cem anos
aproximadamente e confirmados por exames médicos realizados recentemente. Muito alegre, não
formou família própia devido a fidelidade e cumplicidade que devera à família
dos Baldonis, não se importando mesmo com o deslocar de um lugar para o outro
de tempo em tempo.
“Daluis” é prova viva
dos tempos de escravidão que contribui enriquecendo ainda mais a história deste
lugar reconhecido como Guapé.
( Colaboração da Professora Nilda Baldoni )
Linda história...mas ele ainda vive? e está aonde?
ResponderExcluirSim. Vivo, alegre, adora pular de casa em casa entre os Baldonis. Como não tem parada, hora está em Guapé,numa comunidade chamada por Volta Grande, hora em Boa Esperança e se não me engane em Cristais, Nepomuceno e por aí segue sua vida meio nômade.
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