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terça-feira, 9 de agosto de 2011

HONRARIA AO FEIO



Os "Maias" carregam uma expressiva força histórica pelo país a fora. Não é diferente aqui pelas bandas de Guapé, Aguanil, Cristais, Boa Esperança, Coqueiral dentre outros que não pude alcançar pelas minhas pesquisas.
Conta à história que Domiciano Augusto dos Passos Maia, foi Médico, primeiro Prefeito de Guapé MG, Senador, Deputado da República Velha e um brilhante escritor, escreveu o livro GUAPÉ que nos deixou grande acervo sobre sua família e a cultura de Guapé.
Era senhor dotado de uma cultura requintada e carregada de muita sensibilidade política, como médico dedicado que não media esforços em seus atendimentos, neles recebiam de igual forma ricos e pobres.
Como idealista político, passou pela Prefeitura de Guapé por volta da década de 20, emancipando o município criando e dando o digno nome da cidade que curiosamente carrega o significado originário de “Guay”, planta que viceja nos lagos, formando verdadeiros caminhos sobre as águas. Posteriormente podemos encontrar a palavra “Aguapé”, significando “estradas nágua”. Parecia ali, haver uma premonição de tudo o que viria pela frente com a inundação de Furnas nos anos 60.
Obcecado por estradas e rodovias, foi-se sem as vê-las de concreto por aqui, hoje há um único acesso devidamente asfaltado sem que necessitem de travessia em balsas. Guapé se tornou península após as inundações de Furnas, mas continua bela como nos tempos dos Maias.
Quanta gratidão a este homem. Que cruzando estradas chegou ao Senado Mineiro e concretizou ali, muitos de seus projetos como político.
Na ocupação do Senado Mineiro, Passos Maia, esteve inserido em diversos feitos nas cidadelas que circundam Sul de Minas, bem como, diretamente articulador da transferência do município de Coqueiral para Boa Esperança.
Enobrecendo o nome modesto de Guapé com sua inteligência aprimorada e em meio ao seu mundo político, não escapou em receber o título de “Político mais feio” de Minas Gerais. Passos Maia foi eleito ''senador estadual'' várias vezes, na República Velha. Os amigos e depois os inimigos, só de gozação, exageravam dizendo que era o político mais feio de Minas. Ele não ligava e carregava a reputação de “o político mais feio” do seu tempo. Certa vez, conta o colunista Cláudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br)
que o Senador “ao atender um desconhecido, mandou-o entrar e o presenteou com um estojo:
__ Ganhei esta jóia no Senado, como prêmio por ter sido o homem mais feio que já passou por lá. Mas vejo que quem merece o prêmio é o senhor.
__ Mas eu sou apenas um vendedor de livros…
__ Não tem problema. O senhor leva a jóia e eu compro uma enciclopédia a título de bonificação! – respondeu, extasiado.”
Mas isso, jamais deverá ser levado em conta principalmente no meio político e se comparado ao que vemos na atualidade dentro do mundo político, tal título hoje seria realmente uma honraria. O que conta, foram suas lutas incessantes pelas possibilidades sociais, econômicas e políticas que contribuíram e transformaram Guapé e Minas em uma esfera onde ainda se possa respirar livremente alegres e sutis.

(Dedico este texto ao saudoso Carlos Maia, pessoa pela qual tive o prazer de conviver fugazmente mas que pude subtrair muito de sua essência positiva pela vida.)

2 comentários:

  1. Parabéns pelas postagens e publicações, gosto muito das que dizem respeito ao passado do município de Guapé, já virei frequentador da página.

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  2. Muito obrigada. Sou amante desta cidade e sempre a divulgarei com muito carinho.

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